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Ufes São Mateus sedia seminário nacional de estudos de Educação do Campo

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Evento acontece no Ceunes de 12 a 15 de junho junto com o I Fórum Regional Sudeste sobre o tema.

Existência e Resistência da Educação do Campo. Esse é o tema do I Seminário Nacional de Estudos em Educação do Campo. O evento nacional acontece simultaneamente à I Semana de Educação do Campo do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes/Ufes), de quarta a sábado (12 a 15), em São Mateus, sendo que no dia 14 acontece ainda o I Fórum Regional de Educação do Campo da Região Sudeste.

A conferência de abertura será da professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Célia Vendramini, que afirma ser um tema antigo e ao mesmo tempo atual, extremamente pertinente à atual conjuntura da educação pública no país. “A educação no espaço rural no Brasil nunca foi prioridade. Nunca tivemos de fato uma política de investimento para a formação de crianças, jovens e adultos que vivem no campo”.

A crise atual é da educação como um todo, reconhece, mas os índices de defasagem série/idade, de analfabetismo, entre outros problemas, são historicamente sempre muito maiores no campo. E, nesse momento, essa crise se agrava por vários aspectos.

O primeiro é a situação de esvaziamento do campo, devido ao avanço do agronegócio e o avanço da “mentalidade de enxergar a terra como uma mercadoria e negócio, enquanto investimento não só para produção, mas fundamentalmente para rentabilidade”. Essa situação, enfatiza, “esvazia o campo, desemprega, e com isso a gente observa esse esvaziamento também na educação do campo”.

A quantidade de escolas que vêm sendo fechadas é uma das provas desse esvaziamento. Na última década, pelo menos 30 mil escolas do campo foram fechadas no Brasil. “Não é um problema só do campo, nas periferias urbanas também, mas é muito mais agravado no campo”, constata.

A Política de Educação do Campo é outra questão fundamental. Houve alguns avanços nas últimas décadas, com a entrada da educação do campo no rol de políticas dos ministérios da Educação e do Desenvolvimento Agrária (MEC e extinto MDA), conta. Avanços que são fruto da luta organizada dos movimentos sociais do campo. “Entretanto, hoje a gente vive um retrocesso gigantesco”, lamenta, citando como exemplo a entrega da coordenação do Programa Nacional da Educação da Reforma Agrária (Pronera) a um militar.

Além disso, Célia lembra que a Educação do Campo faz parte da questão educacional como um todo, que sofre um gigantesco ataque, particularmente a educação pública, seja por meio de cortes de orçamentos ou da perseguição de professores e estudantes que lutam pela educação pública, chamados pelo presidente da República de “idiotas úteis”.

“Há uma grande disputa por esse mercado educacional, que se transformou numa mercadoria, com vários grupos no Ministério da Educação disputando fatias desse mercado. E um processo que se agrava de privatização das escolas, não só diretamente por meio das escolas particulares, mas por meio da gestão privada das escolas públicas, dos sistemas privados de ensino vendidos para redes municipais e estaduais de ensino”, denuncia a acadêmica catarinense.

Para Célia, “é dramática a situação da escola pública brasileira, a única que tem a capacidade e possibilidade de democratizar o acesso da classe trabalhadora à escola, seja no campo ou na cidade”.

Por isso, mais do nunca, declara, é um momento de resistir. “Resistir e lutar pela escola púbica, resistir e lutar pela Educação do Campo, resistir para que os jovens e as crianças tenham acesso à escola. E que esse acesso seja próximo ao local onde vivem, principalmente as crianças, que estão expostas a uma situação de transporte escolar, muitas vezes inseguro, em condições inadequadas, e que, dependendo do tempo, pode ou não ter o transporte”.

“A luta é pelo acesso à escola pública, uma boa escola, organizada, com qualidade, com estrutura, nos locais onde as pessoas vivem. “Portanto é preciso mais do que nunca nos unirmos em âmbito local, municipal, estadual, nacional, em defesa da escola pública, em defesa da educação do campo”, convoca.

A organização dos eventos é do curso de Licenciatura em Educação do Campo do Ceunes. O objetivo é integrar a atuação acadêmica dos pesquisadores e docentes com a participação de diversos movimentos sociais do campo, além de socializar os desafios acadêmicos desta área, discutir suas práticas pedagógicas e servir de espaço de amplo debate a partir de minicursos, grupos de discussão e sessões de pôsteres.

A programação contará ainda com palestras de professores da Ufes, Ceunes e outras universidades brasileiras, como Maria do Socorro Silva (UFCG), Adelar João Pizetta (Ceunes), Lisete Regina Gomes Arelaro (USP), Igor Simoni Homem de Carvalho (UFRRJ), Rosana Cebalho Fernandes (ENFF), Tatiana Pires de Barrella (UFV), Leonardo Gama Campos (UFF), Záira Bomfante dos Santos (Ceunes/Ufes) e Luis Alejandro L. Gutierrez (UFMS), além do deputado federal Helder Salomão (PT-ES), que será representado pela sua assessora Laudiceia Schuaba Andrade.

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