Na última segunda-feira (11), Theo Becker publicou um vídeo em seu canal no YouTube simulando agressão na esposa, Raphaela Becker. No vídeo o ator interpreta o que ele se refere ser o personagem que assumiu durante o reality show “A Fazenda” da Record TV
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Reprodução/Youtube
Theo Becker simula agressão na esposa
O vídeo intitulado “Espanquei minha mulher e tan tan tan na sua cara”, simula Theo Becker
agredindo sua esposa. Raphaela aparece com uma maquiagem que mostra supostos machucados causados pelo marido. O intuito do vídeo é ironizar a sua fama de agressivo.
No começo do vídeo, Raphaela Becker
aparece pedindo socorro: “Gente me salva, é o louco da Fazenda” e em seguida Theo a puxa para o chão para “agredi-la”. Em seguida ele aparece assumindo o personagem e fala: “Já fiz meu papel de bom mocinho, dia inteiro, fazendo videozinho para canal do YouTube
, pra fingir que sou bom moço e mudar a p****a da minha imagem. Agora cheguei em casa, relaxei, posso ser eu mesmo. Vou mostrar como eu trato a minha mulher aqui em casa”.
O ator continuou interpretando o personagem agressivo e finaliza falando: “Tá pensando o que? Tá achando que eu vou tratar mulher bem? Tá maluco! […] Aprende a tratar sua mulher em casa, entendeu? Aprende! Se não ela trai você, ela… Sei lá, fica folgada”.
Na descrição do vídeo, Theo continuou ironizando sobre o seu personagem agressivo: “ATENDENDO A PEDIDOS. Estou descontrolado… Vivo batendo em minha esposa todos os dias porque ela não faz as coisas do jeitinho que mando! É punk essa vida!! Desgraça de infelicidade”.
Alguns fãs dele não entenderam que o intuito do vídeo era ironizar a situação e a sua “fama” de agressor depois de ter participado de “A Fazenda”, mas a maioria dos seus inscritos não só gostaram do vídeo, como o ator recebeu o apoio dos seus fãs para voltar a atuar.
“Ótimo ator! A TV que perde. Você é bom no que faz e já dei meu joinha que medinho. Brincadeirinha”, comentou uma seguidora. “Theo esquece a Fazenda e segue sua vida cara! Realmente vcocê sofre uma injustiça há 10 anos atrás, mas já passou…”, outro fã relembrou a época de Theo Becker
no reality da Record TV.
Quem tem dúvidas do vigor do cinema independente brasileiro precisa assistir “Lembro Mais dos Corvos”, um filme testamento de uma atriz maiúscula que sabe se fazer vulnerável, mas também se impor diante do olhar da audiência. A atriz em questão é Julia Katharine, mulher trans que abre o filme de Gustavo Vinagre lembrando da relação abusiva que teve com um tio avô quando tinha menos de dez anos de idade. “Ele foi o primeiro a me ver como menina”, relembra com afeto inconvicto.
É um relato difícil, que Julia observa estar “com dificuldades para entrar na história” mais de uma vez e um posicionamento corajoso de um filme que pretende desmistificar a mulher trans, mas que não deixa de objetifica-la para fazê-lo. Julia é uma mulher–objeto, mas não necessariamente por ser uma mulher trans, algo que fica claro para a audiência pelas escolhas de Vinagre e pela própria abertura de “ Lembro Mais dos Corvos
”, que evita que esse relato em particular defina sua personagem.
O filme se notabiliza por ser em 1ª pessoa, há intervenções pontuais da realização para recompor o raciocínio da personagem, e pelo espaço dado ao improviso. Essa linha afrouxada favorece uma dinâmica entre a ficção e o documental. A cinefilia de Julia é algo que chama a atenção. A própria admite que a descoberta do cinema a ajudou a lidar com a depressão.
“Quero ser diretora”, observa Julia em um dado momento, “e só vou fazer comédias românticas para compensar toda a minha carência afetiva”. Curiosamente, o curta “Tea for Two”, seu primeiro trabalho como diretora e que acompanha o filme em seu lançamento comercial, não é uma comédia romântica. Em outro momento, a atriz diz que até tentou, “mas que não conseguiria ser puta” pois se apaixona rápido demais”.
Julia Katharine
se expõe com coragem e desprendimento e sua capacidade de raciocínio e de se autoanalisar não só encantam o público como contribuem para que a experiência proposta pelo filme, e o debate intrínseco a ela, sejam mais avolumados e perenes.
“Lembro mais dos Corvos”
é um filme que recebe a tristeza e as frustrações com ternura, que olha para o sexo com genuíno esforço de compreensão e que encontra em uma mulher que “só quer fazer filmes para ganhar prêmios
” uma figura apaixonante.