Uma comitiva de militares da Marinha do Brasil esteve em audiência com o governador Renato Casagrande (PSB) no final da tarde de sexta-feira (13) para anunciar a construção de uma unidade da corporação junto ao Porto de Urussuquara, projetado para o litoral Norte do Estado pela Petrocity Portos e cujo início de obras depende tão somente da liberação da licença ambiental pelo Instituto Estadual de Meio-Ambiente (IEMA).
A audiência foi agendada pelo presidente da Petrocity, José Roberto Barbosa da Silva, que estava acompanhado de Cleones Zoboli, representante da Brasil Participações, que é sócia do empreendimento, e dos consultores Alexandre Drummond e Wesley Correa. A Petrocity estava tratando do assunto com a Marinha há pelo menos seis meses, quando houve a manifestação da corporação pelo projeto.
O anúncio da construção da segunda unidade da Marinha no Espírito Santo foi feito pelo almirante de Esquadra Leonardo Puntel, que é Comandante de Operações Navais da Marinha do Brasil e coordena a operação de resposta ao recente derramamento de óleo no mar do Brasil, junto com representantes de vários ministérios.
O comandante Puntel estava acompanhado do chefe do Primeiro Distrito Naval, o também almirante Flávio Viana Rocha, do Capitão dos Portos do Espírito Santo, comandante Silvio Fernando Pereira, do Diretor-Geral de Navegação da Marinha, almirante Marcelo Francisco Campos, do superintende da Secretaria de Patrimônio da União no Estado, Márcio Passos Costa Furtado, e do professor Gerard Molina.
O senador Marcus do Val também participou da audiência, como membro da Comissão de Segurança do Senado Federal.

De acordo com José Roberto Barbosa, a Marinha ocupará salas do edifício administrativo da Petrocity, além de uma área de 5 mil metros que está sendo cedida pela Petrocity para a instalação de uma vila militar com um prédio de três andares, com quatro apartamentos por andar e uma casa para o comandante da Unidade, além de um berço específico para atracação da Marinha e 150 mil metros quadrados para atracação de lanchas.
A Marinha já estará requerendo uma área para extensão do cais num total de 150 metros para ter seu próprio porto no local. “A partir dali, a Marinha do Brasil guardará nossa costa entre o Norte do Espírito Santo e o Sul da Bahia. O comandante deixou claro para o governador que aquela posição é estratégica para garantir a segurança da navegação no Norte do Estado e na região de Abrolhos. A unidade mais próxima está em Ilhéus”, disse José Roberto.
Enquanto o Rio de Janeiro tem oito unidades da Marinha, o Espírito Santo tem apenas uma e, agora, ganhará a segunda. Essa unidade, segundo comentado pelos almirantes com o governador, terá o comandante, 12 suboficiais e entre 40 e 50 marinheiros que serão formados em São Mateus, segundo revelou José Roberto.
“Haverá um grande ganho social, econômico e de segurança para o Norte do Estado. Este acordo entre a Marinha e a Petrocity Portos S.A. já está assinado e, agora, a Marinha vai entrar com o pedido e anuência na Prefeitura e, junto à SPU, para liberação da área de seu próprio porto”, disse José Roberto.
MEIO-AMBIENTE
A Prefeitura de São Mateus liberou a primeira licença para construção na área da Petrocity: para as unidades de geração de energia fotovoltaica. Agora, a Petrocity avança para a liberação da licença de construção do complexo administrativo na área contígua à do porto. Na sexta-feira (13), audiência pública realizada em Urussuquara aprovou os ajustes no Plano Diretor Municipal para regulamentação da área portuária, distrito industrial e extensão da área urbana.
O porto da Petrocity custará R$ 3,2 bilhões e será construído num prazo de até três anos, a partir da emissão da licença ambiental, que está sendo aguardado pela companhia. A área incorporada pela Companhia já foi declarada portuária pela Agência Nacional de Transportes Aquáticos (Antaq).
De acordo com José Roberto, o CPSM terá um conceito totalmente novo em relação ao que se conhece de portos no Brasil. “Será moderno, funcional e limpo. Não trabalharemos com cargas sujas, apenas com cargas secas, geraremos nossa própria energia, trataremos nossa própria água a ser utilizado, bem como os efluentes gerados pela atividade”, disse o executivo.
Ao lado do projeto do porto, que está sendo aguardado com ansiedade pela comunidade de Urussuquara e sendo visto como a redenção econômica das regiões Norte do Espírito Santo, Sul da Bahia e Leste de Minas, a Petrocity lançou o projeto de uma ferrovia ligando o porto a Sete Lagoas em Minas Gerais. Esse projeto está mobilizando empresários e autoridades mineiras.