
SÃO MATEUS (ES) – Com recebíveis de R$ 1,6 bilhão já garantidos para assim que for liberada a licença de instalação pelo Estado, o presidente da Petrocity, José Roberto Barbosa, acelera os preparativos para o início das obras de construção do porto de Urussuquara, enquanto aguarda os prazos do edital publicado em 17 de janeiro pelo Instituto Estadual de Meio-Ambiente (IEMA).
“A cada dia aumenta o interesse em torno do porto e mais grupos empresariais nos procuram com interesse de operar conosco, segmentos como rochas ornamentais, café, aço e agronegócio. Teremos um grande centro de serviços, um conceito diferenciado que o mercado está compreendendo, o que resultará no primeiro porto cidade do País. Nosso próprio modelo de negócio é diferenciado, porque não estamos em busca dos grandes investidores privados ou públicos. O porto será construído com financiamento internacional e se constituirá na maior plataforma logística do País”, disse José Roberto.
De acordo com o CEO da Petrocity, todos os projetos já estão pagos e até a segurança já está contratada, com a Visel. O porto ganhou outra dimensão desde o dia 17 de janeiro, quando foi assinado o memorando de entendimento com o Governo do Estado, ao mesmo tempo em que foram firmados os contratos com os parceiros construtores, como a Odebrecht, maior especialista brasileira nesse tipo de obra.
“Todos estamos aguardando apenas a conclusão do processo de licenciamento ambiental pelo Iema, o que já está em curso, depois que apresentamos os estudos de impacto com 5.300 páginas, atendendo a todas as condicionantes do órgão feitas em 2013. Conjuntamente, sairá a licença de instalação e começará o aporte de capital necessário”, disse José Roberto.
Segundo o dirigente do empreendimento, “o próprio Fundo Soberano de Abu Dabi já enviou uma correspondência oficial confirmando os termos do contrato assinado com seu representante no Brasil. Eles vão aportar como financiamento R$ 2,8 bilhões no porto da Petrocity”.
FERROVIA
Paralelo ao projeto do porto, correm também os entendimentos em torno da Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo, da qual a Petrocity será uma das sócias. No início desta semana, a empresa foi representada por Carlos Eduardo Orsini Nunes de Lima, diretor executivo da KS e consultor do Banco Mundial, na reunião da Comissão Pró-Ferrovias, presidida na Assembleia Legislativa de Minas Gerais pelo deputado estadual João Leite (PSDB).
O deputado estadual Tito Pontes (PSDB) presidirá a Comissão de Infraestrutura do Legislativo mineiro e já comunicou que o governador Romeu Zema (Novo) quer conhecer tanto o projeto do porto quanto da ferrovia EFMES. “Os nossos encontros somente ainda não foram marcados por causa do problema de Brumadinho (rompimento da barragem da Vale), que está concentrando toda a atenção das autoridades”, disse José Roberto.
Nesta semana, também, executivos da Petrocity reuniram-se com a representante da Enefer, Ana Flávia Azeredo, para avançar nos entendimentos visando à participação da empresa do ex-governador Albuino Azeredo no empreendimento. Especialista em ferrovias, Ana Flávia disse que a modelagem da ferrovia deverá ser semelhante à do porto, com investimentos totalmente privados.
A EFMES está projetada para ter 560 km, ligando Sete Lagoas ao porto de São Mateus, com cinco UTACs (Unidades de Transbordo e Cargas), localizados na cidade mineira, em Confins, Santa Maria de Itabira, Governador Valadares e Barra de São Francisco (ES). Nas próximas semanas deverão ser realizados dois encontros de informação dos executivos da Petrocity com lideranças mineiras, um em Governador Valadares e outro em Belo Horizonte.