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Integração e trabalho em rede são caminhos contra a violência doméstica

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A violência doméstica e familiar é um fenômeno universal e a forma holística de enxergar esse problema social não pode ser comum, pois de modo claro exige, antes de tudo, empatia. A reflexão é da juíza Hermínia Azoury, integrante da mesa de encerramento do Fórum “Onde estão os filhos da violência?”, realizado nesta quarta-feira (29) pela Assembleia Legislativa (Ales), por meio da Escola do Legislativo. No dia que também marca a sua aposentadoria, Hermínia também defendeu otimismo na pauta.

O fórum leva o nome de livro de autoria da juíza em parceria com a psicóloga Ana Paula Vieira Fraga e a educadora Karla Lopes da Silva Nascimento, lançado há um mês em evento na Ales. A obra aborda casos de violência no ambiente familiar e os reflexos negativos no psicológico e na aprendizagem escolar de crianças e adolescentes.

“É difícil você trabalhar nessa área com tantas mazelas. Mas eu tenho a esperança de um dia poder ver as crianças vítimas de violência doméstica, não mais na lista de vítimas, mas poder ver como cidadãos de bem. Que possam conquistar um espaço, um espaço nobre, um espaço de esperança, de expectativa. Essa é a minha grande expectativa também, é a minha alegria”, afirmou.

Fotos

A mesa do evento contou com a presença da deputada estadual Janete de Sá (PSB); da vereadora de Vila Velha Patrícia Crizanto; do conselheiro e presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES), Domingos Taufner; da promotora de Justiça Cristiane Esteves Soares (MPES); do diretor da Escola do Legislativo, Sergio Majeski; e da gerente de Comunicação e Relações Institucionais da ArcelorMittal, Carla Brunoro. Para os debatedores, o acolhimento e compreensão dos filhos da violência passa pela palavra “rede”.

A deputada Janete de Sá resgatou a história e o panorama da luta contra a violência doméstica no ES como política pública. Para a parlamentar, o trabalho em rede de instituições, do setor público e do setor privado ainda não alcança a maioria das vítimas e ainda falha na divulgação e na informação sobre a violência.

“Existe dificuldade em se divulgar o saber, o conhecimento, a mulher que não tem informação é a menina da periferia, a do bairro, a da roça, que não sabe a legislação, que tem medo de denunciar, medo das pessoas que são envolvidas, que sabem da violência (…). Especialmente no Espírito Santo, a rede funciona pouco, ela funciona para quem consegue acessar, consegue chegar a uma delegada, esclarecer melhor o seu problema, mas para quem não tem acesso, não sabe, não chega à Defensoria Pública”, refletiu Janete.

Responsabilidades compartilhadas

Para a vereadora Patrícia Crizanto (PSB) a correta atuação do poder público e do setor privado é importantíssima, pois a atual demanda e a necessidade por casas de apoio para crianças, por exemplo, apontam para um aumento da violência.

“Precisamos continuar ampliando os programas, os projetos, isso precisa ser o nosso compromisso de todos os dias. Compromisso que ultrapassa as gerações, precisamos fortalecer gerações, para que nossas crianças, nossos adolescentes e jovens possam ter o direito de continuar ampliando suas ações. E que nós, mulheres e mães, tenhamos o direito de continuarmos vivas”, pediu.

Presidente do TCE-ES, Domingos Taufner considera que o problema da violência doméstica é da sociedade, uma definição em si já muito ampla. “A sociedade somos todos nós, as nossas instituições, as entidades da sociedade civil, então todos nós devemos nos preocupar com o assunto, aumentando todo o sistema protetivo que tem para as mulheres, para as mães e para as crianças, isso é fundamental. O Estado nosso aqui já tem um sistema protetivo razoável, mas cada vez que passa é necessário, porque a cada dia que passa, ao que me parece, a violência aumenta”, defendeu.

Já a coordenadora do Núcleo de Enfrentamento às Violências de Gênero em Defesa dos Direitos das Mulheres (Nevid) do MPES, Cristiane Esteves Soares, apontou que não há avanço no combate aos crimes contra as mulheres e que a sociedade precisa assumir sua responsabilidade, inclusive quando falha. “Todos nós somos responsáveis pelos casos de feminicídio”, asseverou.

Representando o setor privado, Carla Brunoro defendeu que empresas precisam se ver como parte da rede com ações estruturantes e não pontuais sobre o tema. “Hoje na empresa a gente tem 10 mil pessoas lá dentro. É uma cidade, tem violência em casa, eles estão aqui na sociedade, então as empresas podem muito, porque a violência está chegando lá, tem que contribuir com isso. Estamos sempre justificando ações que são estruturantes, e não pontuais. Nossos empregados estão inseridos nessa violência, eles estão nesse contexto. A gente já está dentro, não adianta fingir que não está acontecendo”, defendeu a gerente de Comunicação e Relações Institucionais da ArcelorMittal.

Educação

A educação tem grande papel a cumprir no combate à violência doméstica e no amparo dos filhos desta realidade, mas segue falhando, sem formar ou incluir de fato. A leitura é do professor e diretor da Escola do Legislativo, Sergio Majeski. Teríamos no país um modelo educacional “centrado no papel do homem, da dominação, de quem manda”.

“Sobre os filhos da violência, é uma questão que a escola, só ela, não pode dar conta. Nós precisamos de outras instituições e políticas integradoras que possam dar conta de salvar essas crianças, de recuperar elas, de dar um destino digno para elas. Mas só se houver uma política que funcione mesmo. Ao contrário, a escola sozinha, não é capaz de fazer isso”, lamentou.

Homenagem

O encerramento do Fórum, que começou no dia 29 de setembro com o lançamento do livro na Ales, também foi marcado pelas homenagens à juíza de direito Hermínia Azoury, que na mesma data aposenta após 31 anos de magistratura. Na despedida da função, Hermínia prometeu continuidade na pauta do enfrentamento à violência doméstica, da qual virou referência, principalmente nos últimos 13 anos, capitaneando diversos projetos de conscientização e combate no âmbito do Tribunal de Justiça (TJES).

Fonte: POLÍTICA ES

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