A feira tem a presença de 4.500 pessoas por domingo e no mês mais de 22 mil participam. Dando clara evidência que é o maior evento aberto do Espírito Santo com mais de 240 mil pessoas por ano.
SÃO MATEUS – A feirinha do Bairro Vila Nova, que funciona todos os domingos, na Avenida Brasil, com 825 metros de extensão é destino certo de todos os mateenses que vão em busca de uma simples caminhada, amizade e claro de produtos frescos: verduras, legumes, farinha, eletrônicos, peixes, temperos e tantas outras coisas. Ontem ela completou 43 anos. O fato estará no primeiro livro que o administrador e escritor Cláudio Amorim lançará em breve.
“Os pioneiros da feira, Carmelito, João Palmeira e Belmiro Senna, disseram isso e eu tenho documentado, uma pena que o senhor Belmiro faleceu durante a pesquisa, mas eles disseram que em 10 de março de 1974, por uma questão de necessidade, resolveram fazer uma feira no local, na esquina onde hoje está a Escola Américo Silvares. Eles mataram um porco, dividiram em quatro pedaços, fizeram um caldo de fubá, uns biscoitos de nata, e venderam” – disse Cláudio Amorim, explicando que o livro já está na gráfica.
É claro que no inicio dos anos de 1970 quando a feirinha começou outros personagens deram muita força como a família do Mauricio do Bar, Adegil das Pipas, Jesus Mineiro que também vendiam produtos e faziam escambo com alguns destes.
O livro Muito além da feira livre traça o perfil de feirantes, fregueses e demais frequentadores, além das curiosidades, estatísticas e informações em geral sobre esta atividade econômica considerada uma das mais antigas do planeta, para muitos as feiras livre são a base do capitalismo, dando origem a moeda e ao dinheiro.
O lançamento será num domingo, em pleno dia de feira na Vila Nova, serão acertados com os feirantes uma disposição para que o lançamento colabore com a feira e seus frequentadores. “A feira da Vila Nova foi o campo da maior parte desta pesquisa, que abarcou também as demais feiras existentes na cidade”, lembrou Cláudio que coleciona uma centena de fotos e vídeos feitas com moradores, feirantes, fregueses e frequentadores. Gostou tanto que agora um de seus programas prediletos é frequentar as feiras livres de São Mateus postando nas redes sociais os acontecimentos destas feiras.
De acordo com Cláudio, a cidade de São Mateus possui atualmente 17 feiras. Na feira da Vila Nova o número de feirantes é 382 no período de pico, que é na primeira e última semana do mês.
Ao todo as feiras de São Mateus possuem mais de 587 feirantes em todas as regiões da cidade, urbana e rural. Ele explica que existem dois tipos de feiras: as âncoras que são aquelas que estão fixadas há mais de 5 anos e também as feiras nuvem que tem menos de 5 anos de existência. Nos levantamentos gerados, estas feiras da cidade geram algo próximo a 900 empregos entre diretos e indiretos.
A feira da Vila Nova tem público a cada domingo que varia entre 4.500 e 5.500 pessoas que gastam entre R$ 5 e R$ 50. A maioria dos produtos são orgânicos, vem da agricultura familiar e já passam de pai para filho.
A feira do Vila nova tem a presença de 4.500 pessoas por domingo, com mais de 22 mil pessoas por mês e ainda 240 mil pessoas por ano, colocando a feirinha como um dos maiores eventos do estado.
E para a satisfação de todos a feira da Vila Nova tem fluxos de renovação, ou seja, a medida que feirantes se aposentam outros novos feirantes dão inicio a prática, é um negócio familiar e sustentável economicamente.
CURIOSIDADE
Por que os dias da semana tem a palavra feira no nome?
Feira vem de feria, que, em latim, significa dia de descanso. O termo passou a ser empregado no ano 563, após um concílio da Igreja Católica na cidade portuguesa de Braga. A ideia da igreja era atribuir aos pecadores, o seja, todas as pessoas que vendiam algo na época autorização, para que estes vendessem o excesso de produção e que não fossem rotulados como pecadores. Assim mudou-se o nome dias da semana que eram os deusas pagãos para numerais atribuídos de feria e assim regulamentar esta prática comercial e claro, cobrar impostos destas vendas. Outra curiosidade é que essa forma de organização de dias da semana esta presente em poucos países do mundo, na sua maioria apenas aqueles de língua portuguesa.