VITÓRIA – O deputado Da Vitória utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa nesta segunda-feira (13) para pedir respeito para a Polícia Militar do Espírito Santo, à sociedade capixaba e desmentiu o Governo. Da Vitória aproveitou para afirmar que levou várias demandas da PM ao Governo do Estado e que não foram atendidas. Abaixo, trechos do discurso do deputado Da Vitória.
“Vivemos nove dias de angústia e tribulação em nosso Estado. O Espírito Santo agoniza e a sociedade clama por segurança e valorização dos servidores.
Em 2016 o Estado do Espírito Santo diminuiu em 15% o número de homicídios. O Estado teve uma média de três homicídios por dia enquanto nesse momento sem polícia esta média subiu para 16 mortes a cada 24 horas. Esses números mostram a importância de nossa Polícia Militar.
Durante todo o ano passado, denunciei aqui nesta tribuna a falta de coletes à prova de balas. Denunciamos que três mil estavam para vencer e cobramos a troca imediata.
As inconcebíveis e lastimáveis condições de trabalho dos nossos homens e mulheres da polícia militar também foram narradas, nesta tribuna, quando cobrei a falta de promoção aos praças combatentes.
Levamos ao secretário de segurança, o senhor André Garcia, o pedido para que o Curso de Formação de Oficiais seja obrigatório o bacharelado em Direito, diminuindo os custos do Estado, o tempo de aulas e colocando mais rapidamente os oficiais nas ruas tirando a defasagem que existem em nossos quadros.
Tudo oficiado e enviado ao governo do Estado.
Essas ações por si só já bastariam. Mas a comissão de segurança desta casa também convocou o secretário André Garcia para uma sabatina, expôs os fatos e pediu providências.
Não venham, pois, acusar-nos de oportunismo e leniência.
Irresponsáveis são os que diante de um movimento que pede melhores salários em condições dignas de trabalho optam pela estratégia do “quanto pior, melhor”, esticam a corda ao limite imprudencial e eximem-se de qualquer culpa.
Democracia é dar menos atenção ao marketing, à propaganda e ao próprio umbigo e ouvir com mais humildade e austeridade o clamor popular, que inclui a voz audível e muitas vezes ignorada desta Casa e a voz rouca das ruas.
Pedimos diálogo. Com as famílias, com os militares, com as associações. E o que recebemos como resposta foram sucessivas negativas que prolongaram o sofrimento e a angústia de três milhões e oitocentas mil pessoas.
Tentamos abrir um canal de comunicação com as famílias, e fomos acusados de incitar os movimentos, contra o Espírito Santo. Contra o povo capixaba estão aqueles que estão contra a polícia, não por ser uma instituição centenária que justa e evidentemente merece respeito, mas por ser uma instituição de homens e mulheres que diariamente saem de casa sem saber se vão voltar; que diariamente, e sem qualquer dramatização, colocam à prova a própria vida, pela segurança de cada um de nós capixabas.
Não faço aqui uma defesa irrestrita e incondicional da Polícia Militar. Defendo, aqui, o Estado Democrático de Direito e o inerente direito de cada um de nós à segurança e a viver sem medo. Uma sensação que só a polícia na rua nos traz.
Eu defendo, aqui, que o diálogo seja cada vez mais estreito, entre polícia e governo, governo e assembleia e assembleia e a população.
Nós clamamos que a população receba os policiais militares de braços abertos. Vamos respeitar esses heróis que colocam suas vidas diuturnamente em risco para nos proteger com o pior salário do país.” Anexo, o vídeo da íntegra do discurso.