Conselho quer mais espaço para a educação física no SUS e nas escolas

Avanços e desafios da educação física capixaba foi tema de discussão na reunião desta terça-feira (18) do colegiado de Turismo e Desporto da Assembleia Legislativa (Ales). Márcio Faria de Azevedo, do Conselho Regional de Educação Física da 22ª Região (Cref 22), falou em nome da entidade. O ex-atleta da seleção brasileira de basquete e professor universitário fez um breve resumo das conquistas profissionais e dos objetivos que o conselho pretende alcançar.

Fotos da reunião

O convidado lembrou a luta pela autonomia dos profissionais, até 2024 ligados ao Conselho Regional de Educação Física do Rio de Janeiro (Cref 1). A partir daí, o conselho, que tem como atribuição fiscalizar, regulamentar e disciplinar o exercício profissional, passou a existir no Estado do Espírito Santo.

Presença no SUS e nas escolas

Márcio Azevedo apontou como um dos desafios aumentar a presença dos profissionais de educação física nas políticas públicas do SUS, o Sistema Único de Saúde. Eles já atuam em equipes multidisciplinares, na atenção primária à saúde, promovendo atividades de prevenção às doenças crônicas, como diabetes, obesidade e hipertensão. Segundo Márcio, 70% dos gastos do SUS são para atendimento desses tipos de doenças, que podem ser evitadas.

A capacitação em novas possibilidades físicas como, pilates e crossfit – treinamento de alta intensidade, também faz parte do rol dos objetivos do Cref 22. Mas a demanda principal é garantir maior inserção da atividade nas escolas.

O conselheiro lamentou o tempo dispensado ao exercício físico no ambiente escolar. “Dentro dos projetos do SUS oferecidos à população, a diretriz da organização de Saúde fala que crianças precisam executar 300 minutos semanais de atividades físicas, de nível moderado a intenso. Nos projetos da Organização Mundial de Saúde a educação física é contemplada, só que a gente tem visto uma diminuição dessas aulas”.

Diante do cenário, ele pediu o apoio do presidente da comissão para modificar a situação. O deputado Coronel Weliton (PRD) informou que já encaminhou indicação ao governo do Estado, para que, por meio da Secretaria Estadual de Educação (Sedu), amplie a carga horária da atividade física nas escolas. Até agora, não teve retorno da sugestão ao Executivo.

O conselheiro acredita que há desvalorização da prática desportiva. “Estamos perdendo espaço para tecnologia, para a violência, para urbanização exacerbada, mas a escola se mantém como espaço seguro para essa prática, orientada por um profissional”. Ele também avalia o nicho como o maior mercado financeiro do mundo e acredita que a educação física precisa acompanhar esse movimento.

“Queremos atender ao esporte, inclusive no ambiente da educação física escolar. Queremos capacitar professores para que tenham outra alternativa de prática pedagógica, não subestimando a que está em vigência, mas que nós também possamos oferecer à criança a possibilidade de ela desfrutar de experiência esportivas, que elas possam sonhar sonhos maiores”, concluiu.

Fonte: POLÍTICA ES